Thursday, November 30, 2006

Pequenos prazeres no dia-dia.

Ir a loja de sabonetes no shoopping (aquela que tem um forte odor) e aliviar os gases da comida chinesa.

Manual da guerrilha urbana.

Tuesday, November 28, 2006



Another One bites the dust.

Mestre Jece Valadão.
(1930 - 2006)

Tuesday, November 21, 2006



A Very Long Engagement

Robert Altman

1925 - 2006

Wednesday, November 08, 2006

Praia de Atlântida. Janeiro de 2006. Depois de uma tijelinha de açaí, a caipirinha desceu que foi uma beleza. A essa altura eu já sou o centro das atrações no pequeno grupo sentado à beira mar. Já não sabia em quantos estava a platéia. A atração daquele fim de tarde eram as minhas aventuras em Nova Iorque. E eu abusava da linguagem em gestos expansivos, abanava as mãos e descrevia tudo carregado de efeitos sonoros. Até que alguém tocou em um assunto delicado – algo que não comento assim com cada um. Algum amigo boca-grande andou falando mais do que devia e nesse instante eu era pressionado por meus expectadores para finalmente trazer a tona à verdade. Então, virei o que restava da segunda caipirinha, chupando os últimos pedacinhos de limão. Os olhos de todos aguardavam com suspense –finalmente eu quebrei o silêncio comecei a contar tudo sobre…

O Dia em que Eu Comi A Gisele Bündchen.

Era uma segunda-feira de setembro. Uma noite abafada. Eu acabara de arrastar as pernas pra fora do bar. Já tendo bebido um pouco mais do que o além da conta. Caminhando perdido por algum lugar que já não sabia bem se era o Meat Packing District, Chelsea ou Hell’s Kitchen. Eu apenas caminhava com a cabeça perdida em algum projeto que logo viria a ser esquecido pra sempre, cantarolando uma música do Tom Waits e admirando os prédios Pré-Segunda-Guerra do West Side de Manhattan. Acho que apenas procurava ocupar a minha mente o suficiente para distrair a mente do fedor dos frigoríficos, e da minha vontade absurda de mijar. Os caminhos da nona avenida por aquela hora eram demasiado iluminados e eu escaneava a superfîcie em busca de um cantinho discreto pra me esconder da polícia e tirar a água do joelho.

Lá pelas tantas uma cadela York Shire quase me mata de susto com um latido estridente. (nesse momento alguém na platéia em Atlântida interrompe tentando advinhar o resto da história – ‘calma’ eu digo ‘já chego lá’). Mas o bicho, que latia feito um danado, estava amarrado pela coleira em frente a uma Deli 24 horas. Paro naquele instante e fico encarando a fera que me mostra os dentes e rosna com uma ira assustadora para um animalzinho daquele porte. De dentro da Deli eu ouço a voz da dona do cachorro intervindo. “Vida, não!”!

“Vida?” Pensei. Não pode ser. Virei pra conferir a dona. Era. “Feia!” Completou ela. E constatei que aquele adjetivo, vindo daquela boca, era algo que deveria ferir profundamente os sentimentos da cadelinha. Gisele a pegou no colo e me pediu desculpas.

- Sorry. Me diz ela. E se voltou mais uma vez pra cadelinha e emendou ‘Stupid bitch’.

- It’s alright. Respondi. Em inglês pra não entregar minha origem.



A cadela Vida parecia estar mais calma agora. Balançava o pedaço de rabo que ainda tinha e tentava pular pra lamber a Gisele. Tentei fazer uma festinha no bicho, mas ele ficou nervoso. Deu outra rosnada e foi repreendido por um “óóóhh”. Fui aproximando os dedos devagarinho fui deixando a cadela sentir o meu cheiro, até que, quando mais dócil, lambeu a ponta dos meus dedos me dando um voto de confiança

A essa altura meus olhos já haviam desviado da cachorra e ficavam vidrados naquele maravilhoso par de peitos que davam conforto a nossa pequena Vida. Os olhos de Gisele também estavam fixos em meu peito – porém o seu objeto de desejo era a camiseta que eu usava. A estampa que dizia “The Girl From Ipanema” lhe havia cativado.

- That is so cool. Elogiou Gisele.
- Thanks. Agradeci.

E continuamos no nosso papo em Tecla SAP.

- Onde você conseguiu? Ela pergunta.
- Eu ganhei de uma ex-namorada. Ela era brasileira – adoro mentir nessas horas.
- Que legal. Eu também sou brasileira.
- Deu pra perceber. Essa resposta eu achei ótima.
- Quer dar pra mim? Pede ela.
- No way! Veio automático.
- C’mon! Ela insistiu.

Ela realmente gostou da camiseta. Botou a cadelinha no chão e fez um beicinho de pidona. Me senti no poder da situação.

- Forget it.

Ela começou a caminhar e eu a puxei pela mão perguntando onde é que ela ia. “Pra casa” disse ela – “Você me dispensou completamente.” Completou a Gisele com um sorriso.

- Nããããooo… Eu te acompanho até em casa. Insisti.

E ela aceitou a gentileza e me estendeu a mão me passando sua sacolinha de compras para eu carregar.

- Me vende então. Ela continuou.
- No. Respondi rindo.
- Te dou o que você quiser.

É agora, pensei.

- Me da um beijo.

Ela caiu na risada. Parou de caminhar, me olhou nos olhos por um minuto. Constatou que a cadelinha cheirava o meu velho tênis e respondeu.

- Ok.

E me deu um beijinho rápido na bochecha.

- Pfffff… Isso não compra nem a minha pulseira.
- E agora?

Beijou devagarinho quase no canto da minha boca.

Tirei a pulseira. Pensei “droga, paguei 20 paus por essa merda – é mais cara que a camiseta”. Gisele Bündchen está ha um palmo de distância do meu rosto, meu coração parece que vai pular pra fora e as palmas da minha mão suam como se eu fosse bater um pênalti na final da Semana Anchietana. Numa sacada heróica, eu controlei o nervosismo lhe entregando a pulseirinha.

- Not Enough. (Não basta).

Ela analisou a pulseira, me olhou com uma cara de quem pensava “filho da puta…” Consultou o movimento na rua enquanto eu alisava a estampa da camiseta. Então. Em bom e claro português, ela exclamou sorrindo.

- Que merda.

E me beijou na boca devagarinho. Quando ela ia sair eu a puxei pelos cabelos e meti o linguão pra dentro. ‘Shhhlleewwwbss’. E assim a coisa foi esquentando. Peguei ela pela cintura e colei aquele corpaço multimilionário nessa velha carcaça pesada e suja. A sintonia era perfeita. A cadela começou a latir. Gisele a calou com um chute que o cãozinho replicou com um “caiiiin”.

Após 5 minutos de pegação, mãos na bunda e um discreto beijinho no peito, caminhamos uma quadra e meia. Durante esse percurso fizemos as devidas apresentações. Eu, obviamente, menti. Disse que era filhos de italianos, mas que tinha nascido na Lituânia. Caso ela desconfiasse do meu sotaque, que embora discreto, ainda existe. Quanto a minha profissão. Bartender no West Village. Imaginei que se eu me apresentasse como cineasta não impressionaria ela nem um pouco. E também acho que a Gisele tava a fim de descolar alguém longe dos seus círculos profissionais.

Ao chegar à porta do luxuoso edifício, um japonês uniformizado segurava a porta. Ela hesitou por alguns instantes e antes que ela falasse qualquer coisa eu fui entrando. Não olhei pra trás até estar dentro do elevador. Ela me seguiu meio que a contra gosto.

- Qual o andar? Perguntei.
- Penthouse. Ela respondeu.
Que pergunta mais idiota. Era óbvio que era a cobertura. Dentro do elevador ela me falou que era pra eu ficar só um pouquinho porque… Antes que ela terminasse de falar eu já estava agarrando ela mais uma vez.

Quando entrei na cobertura não sabia bem pra onde olhar – se para a vista de Nova Iorque ou para a vista que tinha daquele monumento da natureza.

- E aí? Me pergunta alguém na praia de Atlântida.
- E aí que rolou. Eu respondo - Comi.

O que se seguiu foram protestos e risadas da roda à beira do mar. Queriam detalhes, detalhes detalhes. Eu disse que não – essa parte eu não conto. A insistência era ferrenha. Me chamaram de sacana. Eu parei por um minuto e deixei o suspense no ar mais uma vez. Ninguém dava um piu. Todos queriam saber como tinha sido o meu grande momento.

- Eu só digo duas palavras.

E fiz uma longa pausa dramática. Olhos e ouvidos atentos a minha história. Todos prestando atenção? Aí vai:

- Hägen Daz.

O silêncio perdurou mais um pouco até que caísse a ficha do pessoal. E de repente, a platéia veio abaixo. Começaram a bater palmas. Eu me levantei da cadeira de praia e me curvei agradecendo o público. “Obrigado, obrigado..."

- Peraí, peraí. Outro expectador interrompeu - E a camiseta? Ela ganhou a camiseta?

Aha. Essa é a melhor parte. Sim. Ela ficou com a camiseta. Mas como eu não poderia descer sem camisa no saguão do prédio luxuoso, fui obrigado a pegar uma do namorado dela – O Leonardo. Cara mais cafona, não tinha nada que prestasse.

Tuesday, November 07, 2006

Pelo visto, há algumas pessoas que ainda lêem isso daqui...

então, estejam convidados...

Nessa quarta, dia 8, tem mais um PapoCabeça na Casa de Lou-lou. O tema dessa vez é CINEMA E LITERATURA. Para discutir a questão, o cineasta Carlos Gerbase, o escritor Paulo Scott e videomaker Marcelo Lima. Mediação da Carol Teixeira.

O quê? Debate pop-filosófico que tem como objetivo trazer a reflexão para a mesa de bar.

Onde? Casa de Lou-lou, na rua Mariante 170

Hora? 20:00

Quanto? R$ 5,00

Chega cedo para pegar mesa!

então tá!


Capa da MAD

Que maravilha!