Saturday, February 14, 2004

Buenas,

Hoje to aqui pra contar de um episodio que aconteceu comigo nessa ultima quarta feira. Ou sera que foi segunda? Bom, nao interessa. O que interessa e que aconteceu uma parada tao punk, que ate hoje (sabado 14/02) eu ainda nao superei. A cena se passa na esquina da rua 17 com a Park Avenue South, bem no Union Square no que inicia o East Village em Manhattan. Chego alguns minutos mais cedo para encontrar minha prima Cris e seu amigo Georgeginho - ele e brasileiro, tambem. Entro numa liquor store que tem naquela exata localizacao e fico passando os olhos pelas biritas enquanto o relogio nao chega as duas da tarde. Cinco minutos depois das duas da tarde, olho para fora e vejo o George no canteiro que tem proximo a sinaleira no cruzamento da Park com a 17th. Chamo o George e ele me espera atravessar a rua. Quando chego do outro lado cumprimento o cara e pergunto pela minha prima. Ele puxava o celular para ligar pra ela. Foi quando um barulho deum longo barulho de pneus freiando no asfalto chamou a nossa atencao. Viramos e assistimos a um taxi que vinha so sentido leste-oeste bateu com um carro branco que decia a Park Ave. Bang. A batida foi dura, mas nao foi das mais violentas. O que se segui a isso foi realmente uma estupidez. O taxi perdeu o controle da direcao e acelerou para cima do mesmo canteiro onde estavamos passando a uns cinco metros de nos, dando de frente com um carro que vinha no outro sentido. O desastre nao parava por ai. No canteiro que em que estavamos tambem estava uma velinha de cadeira de rodas que foi atingida com a forca absurda. A velinha voou no ar a uma altura e uma distancia de uns cinco metros e aterrizou de cara no chao. Quando persebemos o que era aquele objeto que atterizava a alguns metros de nos ecoou entre eu e o George um estupefato e vagarozamente pronunciado "Oh, my God". Ficamos parados sem reacao ateh que alguem chegou perto da senhora, provavelmente alguem que a conduzia, e essa pessoa pega a senhora pela e tenta a levantar. Mas a velinha esta completamente mole, apagada, de cara ainda no chao. Pessoas em volta gritam "somebody call 911!" uma poca de sangue comeca a se formar embaixo da velinha. Puxo o George e digo que nao posso ver essas coisas. Saimos os dois com as pernas bambas. Ja se passaram uns trinta ou quarenta segundos desde que a senhora foi atropelada. O George tentava ligar para o 911, mas nao conseguia. Ficamos nos perguntando um para o outro, o que era essa cena que agente tinha acabado de ver. Pensamos que poderiamos ter morrido e tudo mais. Nao tinha passado um minuto do acidente e a ambulancia ja estava no local. Dez segundos depois ja havia tres viaturas da policia, outra ambulancia e um caminhao de bombeiros se aproximava. Sentamos no outro lado da Union Square e ficamos esperando minha prima chegar do metro. Nao sei o que aconteceu com a velinha. Estou bem certo de que ela deve ter morrido. Agradeci depois ao escapulario que ganhei da vo da minha namorada, junto com o Sao Miguel na minha carteira e ao rosario no meu quarto. E olha que eu nao sou la muito religioso. Mas que eu me caguei, me caquei.

beijos a todos (desculpe a falta de acentos)
Marcello Lima
Nova Iorque, sabado, 14 de fevereiro, dia dos namorados. Juju te amo.

Thursday, February 05, 2004

Hoje fou visitar um Loft de uma colombiana que tava querendo alugar um quarto. Deixa eu explicar como funcionam os tais lofts para que voces tenham realmente nocao do que e a coisa e nao serem enganados pela percepcao filmistica que todos tem. Bom, o que mais tem aqui pela area de williasburg, Brooklyn, sao edificios antigos bem bacaninhas e velhos predios industriais com aspecto de abandonados. Esses predios industriais foram tomados por artistas, musicos, malucos em geral que alugam um grande espaco aberto, com pe-direito altissimo e dividem o lugar com paredes de madeira e fazem pequenos quertos, banheiros e cozinhas e dividem com outros pobres coitados que querem ser cool. A vizinhanca perto da Avenida Bedford em Williamsburg e realmente muito legal. Sao varios quarteiroes infestados de cafes, cyber-cafes, lojinhas, barzinhos, restaurantes, livrarias, etc, etc. O loft que eu fui visitar hoje era nessa zona. Estava tudo legal, a vizinhanca o velho predio com cara de abandonado, tudo muito malandrinho. O problema foi quando eu entrei no predio. O lugar ja fedia no corredor. Depois de subir seis andares, bufando escada acima, eu entrei no tal lugar. tinha uma porta que levava a um corredor imundo e escuro. Uma outra porta levava ao apartamento da colombiana. O lugar ate que tava arrumadinho, paredes brancas, janeloes que davam um belo panorama do Brooklyn, sofas, sonzinho, alguns posters bacanas pop-artisticos. O quarto para alugar tambem nao era ruim. O problema e que para ir no banheiro eu teria que sair para o corredor escuro e sujo, onde tinham pequenos cubiculos de madeira com banheiro, depois um chuveiro e um cantinho para um fogaozinho eletrico de duas bocas e uma galadeira, no estilo maloca-da-vila-maria-degolada. E isso tudo era dividido entre tres apartamentos. Achei aquilo um belo dum chiqueiro. Estou tendo um pequeno gostinho do que ser pobre.
Mas a luta, companheiros. Ate mais.

Wednesday, February 04, 2004

So,

This is me in New York.
Nao eh facil achar um lugar legal pra morar nessa cidade. Hoje fui ate buscwick, que fica no final do Brooklyn, perto do Queens, para ver um ape pra dividir com uns malucos. Cheguei la 10 da manha como o combinado e os fiadasputa nao estavam em casa. What a fuckin waste of time. O edificio ate que parecia ser interessante. Um velho warehouse grafitado nas paredes, todo marron, de tijolo a vista e tudo mais. Resolvi dar um tempo pra ver se os putos apareciam em casa e fui ate uma lanchonete mexicana que tinha na esquina. O frio nao era insuportavel, mas ficar parado na rua com a gripe que eu estou seria certamente sucidio. A lanchonete mexicana se chamava La Hacienda. Quando entrei, para minha surpresa, me deparei com a imagem da Danielle Winits falando espanhol. Era uma dublagem cretina, feita por uma voz estridente. Tal aberracao era a novela uga-uga (ou uga-buga, sei la) que passava na rede Telemundo. Comi um sanduiche de Pastrami bem gorduroso. Liguei mais uma vez para os putos do apartamento, deixei uma mensagem educada na secretaria e cai fora. Sentado no trem L de volta para Manhattan, fiquei arrependido de nao ter mandado os caras do apartamento tomar no cu. Poderia ter deixado uma mensagem em portugues ateh. Tipo, seus filhos da puta, me fizeram sair de manha despencando nesse frio do caralho, eu gripado, arriscando pegar uma pneumonia pra voces esquecerem do nosso compromisso! Vao se fude!
De volta a procura. Acho que vou ter que ir para um apartamento caro mesmo. Amanha estarei em Williamsburg de novo.Achoque vou alugar um loft e ficar tres comendo doritos.